News

Um caminhão “movido a beterraba”

A Tereos testou em suas unidades da França uma solução local, sustentável e geradora de empregos. Bem-vindo a bordo!

Palmas para esta grande estreia! Na Tereos, um caminhão, alimentado exclusivamente com bioetanol ED95[1] transporta beterrabas colhidas no entorno das unidades da Tereos Açúcar França. O ED95 contém cerca de 95% de etanol e 5% de aditivos, e é produzido a partir dos resíduos da transformação da beterraba em açúcar: “É um caminhão alimentado com resíduos de beterraba que transporta beterrabas!”, explica Valérie Corre, Diretora de Assuntos Regulamentares Álcool/Etanol da Tereos. “Trata-se de um protótipo, emprestado pela montadora sueca Scania, nossa parceira privilegiada nessa área desde 2015. Durante a última safra de beterraba, nossas transportadoras utilizaram esse caminhão, a fim de testá-lo. Essa iniciativa está plenamente alinhada com a lógica de economia circular que fundamenta o modelo da Tereos. Isso permite reduzir o impacto ambiental e possibilita uma maior valorização das matérias-primas.

Sempre preocupado em encontrar novas possibilidades para seus produtos e valorizar a beterraba, o Grupo está comprometido há vários anos com o desenvolvimento e a promoção do ED95 na França. De fato, o bioetanol é uma energia local, que apoia a produção alimentar em nossas regiões, reforçando a receita agrícola, graças à diversificação das oportunidades. É também uma energia renovável que permite a redução de 86% das emissões de CO2, medidas desde a produção do combustível até o escapamento do veículo (conceito “well-to-wheel”), em comparação com o diesel em zona urbana (segundo estudo Ademe: ver quadro abaixo). “O ED95 substitui totalmente o diesel nos ônibus e caminhões com motores específicos desenvolvidos pela Scania. Ele representa uma fonte de valorização complementar que reforça a receita dos agricultores, reduzida com o fim das cotas açucareiras”, acrescenta Valérie Corre.

 

Veículos-piloto que comprovam sua eficiência

Assim, a Tereos é a primeira indústria mundial a colocar em circulação um caminhão alimentado com resíduos da transformação de beterrabas 100% francesas. Diversas transportadoras locais testam atualmente esse veículo, o que deverá criar oportunidades para as conversões em ED95.

Um projeto concreto que acompanha o trabalho de promoção do transporte de longa distância junto às autoridades francesas. “Desde o evento que a Tereos organizou em 2015 em parceria com a Scania e a Prefeitura de Paris na COP21 para promover um ônibus movido a ED95, realizamos, com o apoio dos Serviços Alfandegários, um trabalho de fiscalização minucioso. O objetivo era que o ED95 fosse reconhecido como biocombustível (autorizado na França desde fevereiro de 2016), garantindo seu lugar na matriz energética, e integrá-lo no dispositivo tributário francês.”, explica Valérie Corre.

Por fim, uma boa notícia foi divulgada recentemente na França: “Em coerência com o direito europeu, o ministro francês da Ecologia, François de Rugy, reconheceu que o bioetanol produzido a partir de resíduos de usinas de açúcar e fábricas de amido é um biocombustível não sujeito a limitações. Isso permite, por um lado, aumentar os objetivos de incorporação de bioetanol, e por outro, reconhecer a importância do potencial ecológico do bioetanol proveniente de resíduos para descarbonizar os transportes.”

 

Atuando em toda a cadeia: biocombustível, tecnologia e distribuição

Para descarbonizar os transportes, é preciso atuar em três eixos: a descarbonização dos combustíveis, a adaptação das tecnologias e o desenvolvimento das redes de distribuição. A Tereos trabalha atualmente com as autoridades competentes e a transportadora Houtch, de Saint Quentin. Essa transportadora opera há mais de um ano com um caminhão ED95, abastecido pela Tereos. A longo prazo, o Posto Houtch poderá distribuir ED95 para uma frota cativa da região.

A Tereos continua, portanto, a empenhar-se nesta alternativa para o combustível fóssil, a qual apresenta inúmeras vantagens, tanto na esfera ambiental, quanto na econômica e na social. Enquanto as emissões dos transportes (que representam quase 25% do total das emissões da União Europeia) continuam a crescer na França e na UE, o bioetanol sob todas as suas formas (E10, E85 e ED95), em complemento a outras alternativas renováveis, desempenha um papel preponderante. As vantagens são três: responder imediatamente às questões da mudança climática, além da onerosa questão da dependência energética, que pesa cada vez mais no orçamento familiar, e fomentar a receita dos agricultores, preservando a atividade agrícola na França.

Um combustível limpo

A Ademe e a Scania mediram as emissões de 3 ônibus movidos respectivamente com diesel (norma Euro 6), ED95 e gás natural. Cada veículo percorreu 800 km em condições reais, em diferentes meios: região urbana (45%), estrada (25%) e rodovia (30%). Em relação às emissões de CO2 “well-to-wheel”, as do ED95 foram amplamente inferiores às do Diesel, do GNV (gás natural utilizado como combustível),  mas também do bioGNV!

Emissões de CO2 “well-to-wheel”

CO2 kg/100 km Diesel ED95 GNV  Bio GNV
Rodovia 63,6 7.6 62                 15,5
Urbana 97.3 11.7 105,2         26,3
Não Urbana 67.7 8.1 64                 16

 

Você sabia?

Para uma melhor visibilidade, uma diretiva europeia foi implementada no mês de outubro de 2018. Os rótulos de combustíveis agora são mais completos, graças a uma sinalização adicional em todos os postos de abastecimento dos países-membros da União Europeia. O que muda? O acréscimo de um símbolo em complemento aos nomes dos produtos existentes.

Atualmente, nos postos de abastecimento:

  1. Gasolina SP95-E10 ou E10: esse combustível contém até 10% de biocombustíveis (etanol). Na bomba, uma marcação E10 dentro de um círculo foi acrescentada. Os veículos a gasolina colocados em circulação após 1º de janeiro de 2000 são compatíveis com esse combustível.
  2. Gasolina SP98 e SP95–E5: esses combustíveis contêm até 5% de biocombustíveis (etanol) e são compatíveis com todos os veículos a gasolina.
  3. Superetanol – E85: esse combustível contém até 85% de biocombustíveis (etanol) e é compatível com todos os veículos com sistema Flex.